Galáxias elípticas

Jasem Mutlaq

Galáxias elípticas são concentrações esferoidais de bilhões de estrelas que assemelham-se a conjuntos globulares em uma grande escala. Elas possuem uma estrutura interna muito pequena; a densidade das estrelas diminui suavemente de centros de concentração para cantos difusos, e elas podem constituir elipses bem alongadas (em sua proporção). Elas tipicamente contém muito pouco gás e poeira interestelar, e nenhuma população de estrelas jovens (apesar de existirem exceções a estas regras). Edwin Hubble refere-se às galáxias elípticas como galáxias tipo-cedo, por acreditar que elas evoluem para tornar-se galáxias espirais (que ele chamava de galáxias tipo-tarde). Os astrônomos de hoje acreditam que na verdade o que ocorre é o oposto (isto é, que galáxias espirais se tornam galáxias elípticas), mas as denominações de tipo-cedo e tipo-tarde de Hubble ainda são usados.

Uma vez consideradas como um tipo de galáxia simples, as elípticas agora são conhecidas por serem repletas de objetos complexos. Parte desta complexidade é devido a sua história surpreendente: acredita-se que galáxias elípticas são o produto final da união de duas galáxias espirais. Você pode ver um filme MPEG da simulação desta união neste site da NASA HST (atenção: o arquivo possui 3,4 MB).

Galáxias elípticas abrangem um grande intervalo de tamanhos e luminosidade, desde elípticas gigantescas de centenas de milhares de anos luz e cerca de trilhões de vezes mais brilhosas que o sol, até elípticas anões apenas um pouco mais brilhante que um conjunto globular médio. Elas são divididas em diversas classes morfológicas:

Galáxias cD:

Objetos imensos e brilhosos que podem medir cerca de 1 Megaparsec (3 milhões de anos luz). Estes titãs somente são encontrados próximos ao centro de conjuntos largos e densos de galáxias, e são o resultado de muitas uniões de galáxias.

Galáxias elípticas normais

Objetos condensados com superfície central brilhosa relativamente alta. Eles incluem as elípticas gigantes (gE'e), elípticas de luminosidade intermediária (E's) e elípticas compactas.

Galáxias elípticas anãs (dE's)

Esta classe de galáxia é fundamentalmente diferente das elípticas normais. Seus diâmetros estão na ordem de 1 à 10 kiloparsec com superfície brilhosa muito menor que as elípticas normais, fornecendo-nos uma aparência bem mais difusa. Elas exibem as mesmas características de declínio gradual da densidade de estrelas a partir de um núcleo relativamente denso para uma periferia difusa.

Galáxias esferoidais anãs (dSph's)

Possuem luminosidade extremamente baixa, baixa superfície brilhosa e somente são observadas na vizinhança da Via Láctea, e possivelmente outros grupos muito próximos da galáxia, como o grupo de Leão. Sua magnitude absoluta é de somente -8 à -15 mag. A galáxia esferoidal anã de Draco possui uma magnitude de -8,6, tornando-a mais fraca que o conjunto globular médio na Via Láctea!

Galáxias anãs compactas azuis (BCD's)

Pequenas galáxias que são azuis, algo pouco comum. Elas possuem coros fotométricas de B-V = 0,0 à 0,30 mag, que é típico para estrelas relativamente jovens do tipo espectral A. Isto sugere que as BCDs são estrelas que estão atualmente se formando. Estes sistemas também possuem gás interestelares abundantes (incomum em outras galáxias elípticas).

Dica

Você pode ver exemplos de galáxias elípticas no KStars, usando a janela procurar objeto (Ctrl+F). Procure por NGC 4881, que é a galáxia gigante cD no conjunto de galáxias Coma. M 86 é uma galáxia elíptica normal no conjunto de galáxias Virgem. M 32 é uma elíptica anã que é um satélite de nossa vizinha, a galáxia Andrômeda (M 31). M 110 é outra satélite da M 31 que é um galáxia esferoidal anã no limite (limite porque ela é um pouco mais brilhosa que a maioria das outras esferoidais anãs).